O GAMM (Grupo de Apoio aos Meninos e Meninas de Gravatá) celebrou, em 8 de agosto, 33 anos de atuação com uma nova proposta para o futuro. A organização nasceu no final dos anos 80, em resposta ao crescente número de crianças em situação de rua em Gravatá. Em 1989, um grupo de jovens iniciou um trabalho voluntário no Centro Social Urbano (CSU), oferecendo atividades como futebol, banho e alimentação para os meninos. Aos poucos, novas iniciativas foram surgindo, como uma horta comunitária, uma criação de coelhos, uma sala de aula e uma marcenaria.

Em agosto de 1991, o projeto se formalizou como uma Organização Não Governamental (ONG) com fins não lucrativos, criando o GAMR (Grupo de Apoio aos Meninos de Rua), com a primeira diretoria eleita. A formalização permitiu maior autonomia em relação ao CSU, garantindo liberdade para atuar e expandir suas ações. Ainda na primeira década, a organização conquistou sua sede própria e, com a parceria da organização alemã KNH Brasil, obteve os primeiros financiamentos. Inspirados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o GAMR passou a ver os meninos como sujeitos de direitos e protagonistas de suas histórias.

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Durante os anos 90, a cultura popular tornou-se um instrumento essencial de inclusão social. A organização criou bandas juvenis autogeridas e, para atender à demanda por apresentações, lançou eventos culturais como Cruzeiro do Som, Pôr do Som, CarnaRock e Tertúlia no Salão, que mobilizavam jovens e fomentavam a criação de novas bandas. No fim dessa década, a organização garantiu a doação de um terreno pela Prefeitura de Gravatá (gestão de Aluísio Lorena) para ampliar sua sede e preservar o único campo de futebol de várzea do bairro do Cruzeiro.

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Na segunda década (2000-2010), já consolidado como referência em música e batuque, o GAMR construiu o Salão Cultural Dinho, em homenagem ao educador social assassinado em 2004. O salão tornou-se um importante espaço comunitário, abrigando ensaios de maracatu, apresentações culturais, celebrações e eventos sociais. Nesse período, o Maracatu e a Banda Mestre Librina se fortaleceram como principais expressões culturais da organização. Além disso, o GAMR reforçou a importância da educação formal, reconhecendo que seu papel não era substituir a escola.

Em 2009, o GAMR foi reconhecido como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura e iniciou uma nova etapa com a criação de um estúdio de música e um estúdio fotográfico. Os cursos de fotografia impulsionaram o surgimento de uma nova geração de fotógrafos em Gravatá, enquanto o estúdio permitiu a gravação das produções musicais do grupo.

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Na terceira década (2010-2020), o GAMR passou a refletir sobre gênero, diversidade, captação de recursos e inovação tecnológica. Em 2023, a organização mudou oficialmente seu nome para GAMM (Grupo de Apoio aos Meninos e Meninas de Gravatá), simbolizando o reconhecimento da participação feminina em todas as suas atividades e marcando a transformação social: não há mais crianças vivendo nas ruas de Gravatá.

Nesse período, o GAMM também lançou empreendimentos sociais para promover a autonomia financeira das famílias atendidas, como o Salão de Beleza Escola, o Estúdio Fotográfico WG e o grupo de costura Mães do Sol, responsável pela produção dos uniformes dos participantes da organização.

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Atualmente, o GAMM apresenta o projeto InovaCultura GAMM, que visa transformá-lo em um centro de inovação cultural e tecnológica, utilizando as tradições, crenças e manifestações artísticas de Gravatá para criar bens e produtos que fortaleçam a autoestima e o sentimento de pertencimento da comunidade, especialmente para as novas gerações.